Carlos Drummond de Andrade pensou em destruir os poemas que o revelariam para o país. Em carta a Mário de Andrade em 1926, escreveu: "Não me sinto capaz de grandes coisas, por isso também não sinto dificuldade em renunciar a executá-las. E não me queira mal, se um dia eu te escrever que rasguei o meu caderno de versos". Com a ternura habitual, o amigo passou-lhe um pito. "Isso você não tem direito de fazer e seria covardia. Você pode ficar pratiquíssimo na vida se quiser, porém não tem direito de rasgar o que já não é mais só seu, que você mostrou pros amigos e eles gostaram. (...) Eu quero uma cópia de todos os seus versos pra mim. Quero e exijo, é claro", disse Mário.
Quatro anos depois, em maio de 1930, saiu "Alguma Poesia", o primeiro livro de Drummond, aberto com o "Poema de Sete Faces" ("Quando nasci, um anjo torto/ desses que vivem na sombra/ disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida"). Trazia ainda "No Meio do Caminho", "Quadrilha" ("João amava Teresa que amava Raimundo") e outros 51 poemas.
Fonte: O Globo - 29 /05/2010
Carteira de Identidade de CDA - 14/08/1929 |
Itabira precisa sair na frente e fazer uma comemoração para o aniversário desta obra que marca a história de Drummond na literatura mundial. Uma dica é criar um seminário voltado para discutir ALGUMA POESIA e o legado deixado por Drummond a partir de sua obra. Idéias é o que não falta, só não podemos deixar esta data passar em branco.
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