terça-feira, 28 de dezembro de 2010

NO MEIO DOS CAMINHOS DRUMMONDIANOS TINHA UMA PEDRA


 De acordo com a matéria veiculada pela TV Cultura de Itabira, nesta semana, a FCCDA montou uma exposição permanente, no jardim do Centro Cultural, com as antigas placas que compunham os Caminhos Drummondianos, transformando-as em um painel rotatório.

Alunos de Contagem visitando Itabira
Os Caminhos Drummondianos compõem o único Museu de Território do mundo dedicado à poesia. É composto por 44 placas-poemas, instaladas em locais estratégicos pela cidade. Em agosto de 2009, a Vale, em parceria com a Prefeitura, lançou o projeto de revitalização deste Museu. O objetivo foi de trocar as placas, já desgastadas pelo tempo, com instalação de outras de maior durabilidade e visibilidade, sendo o investimento da mineradora no valor de R$ 300 mil.

Maria Fumaça da  Praça do Areão
Vivemos um grande conflito cultural ao ver as placas suntuosas, ostentando os poemas de Drummond e referenciando locais históricos que estão caindo aos pedaços. É preciso fazer alguma coisa.  Há pontos turísticos que precisam de cuidados urgentes! Itabira e, principalmente, as lideranças políticas de nossa cidade devem voltar seus olhos para o turismo em Drummond, pois ele acontece. É necessário estarmos cientes de que temos turistas de várias partes do Brasil, e do mundo, que vem à cidade em busca de informações e histórias do nosso poeta maior.  Poema, por poema, eu leio no conforto da minha casa. O mote dos Caminhos Drummondianos está em ler e fazer uma reflexão sobre os poemas, no local em que eles ambientam a ligação entre o Poeta e sua cidade.  E da forma que está, fica difícil! Como podemos viajar com os versos de “O Maior trem do Mundo” diante do estado lastimável em que se encontra a “Maria Fumaça”, lá na praça do Areão?  Como, então, lembrar do Santeiro Alfredo Duval, diante de sua casa que está em ruínas?  Pois até a última vez que passei em frente a casa, ela ainda estava com escoras em suas paredes para não cair.  Tudo isso, sem falar do poço da Água Santa. 

A proposta da Fundação, em colocar as antigas placas no jardim do Centro Cultural é boa, apesar de deixar o ambiente carregado com tantas informações, contudo, ainda é preciso fixar um olhar maior para os Caminhos Drummondianos, pois se não for desta forma, num futuro próximo, só restarão apenas placas. Que no meio do caminho haja uma iniciativa verdadeira de preservação, ou do contrario os itabiranos irão parafrasear o "Retrato na Parede" dos caminhos Drummondianos ... mas como dói!

2 comentários:

  1. Poderia tecer um grande comentário a respeito do seu artigo João, mas estou tão cansado com o descaso cultural e histórico que Itabira vem passando, que só posso concordar que a sua "matéria" é a mais pura e infeliz verdade que nós itabiranos temos visto. Ponto final!

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  2. Geraldo, obrigado pela participação. Não desanima e esteja sempre conosco.

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